quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Há relação entre o consumo do café da manhã e o desenvolvimento de síndrome metabólica?

FONTE: SITE NUTRITOTAL


Sim. Estudos demonstram que a maior frequência do consumo do café da manhã (ou desjejum) está fortemente associada com o menor risco para o desenvolvimento de obesidade e essa parece ser a razão pela qual a realização dessa refeição pode reduzir o risco de para a síndrome metabólica (SM).
Um estudo multicêntrico longitudinal publicado em 2013 avaliou 3.598 indivíduos e demonstrou que aqueles indivíduos que realizavam o desjejum todos os dias apresentaram menor risco de desenvolver SM em relação àqueles que raramente ou nunca realizavam essa refeição, independente do peso e da qualidade geral do padrão alimentar.
Em outro estudo pesquisadores suecos acompanharam 889 indivíduos durante 27 anos (dos 16 aos 43 anos de idade). Os resultados verificam que a prevalência da SM na idade de 43 anos foi de 27%. Desse total, 9,9% foram classificados com maus hábitos de desjejum na idade de 16 anos (OR=1,68; 95% CI 1,02 – 2,78). Olhando para os componentes da SM, maus hábitos de desjejum na idade de 16 anos foram associados com a obesidade central (OR=1,71 - 95% CI 1 00, 2 92) e aumento da glicose de jejum (OR=1,75; 95% CI 1,01 – 3,02) na idade de 43 anos. Diante desses resultados os autores concluíram que o hábito de pular o desjejum na adolescência é um fator preditivo para o desenvolvimento de SM na fase adulta.
Em um trabalho publicado no Journal of the American College of Nutrition os autores afirmam que o conteúdo do desjejum é importante para a prevenção da SM, enfatizando que os grãos integrais têm efeitos benéficos sobre o apetite e parâmetros bioquímicos ao longo do dia.

Bibliografia (s)

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