segunda-feira, 15 de abril de 2013

Mais potássio na dieta reduz risco de derrame


Um incremento no consumo de frutas e legumes frescos e uma redução na ingestão de alimentos industrializados podem aumentar a presença do potássio na dieta e levar a uma redução de 24% no risco de derrames cerebrais na população.Hoje, a doença é a principal causa de morte e incapacidade no Brasil.
A indicação vem de uma grande revisão de estudos liderada por pesquisadores da OMS (Organização Mundial da Saúde) e publicada no "British Medical Journal". O trabalho envolve dados de quase 130 mil pessoas saudáveis e mostra que, entre as que consumiam mais potássio (de 3,5 g a 4,7 g por dia), o risco de derrame era 24% menor do que no grupo que ingeria menos desse nutriente.
O potássio é essencial para o funcionamento celular e serve como contraponto à ação do sódio, componente do sal fortemente ligado à hipertensão, que é fator de risco para derrames e outras doenças cardiovasculares.
O trabalho sobre potássio, assinado por Nancy Aburto, do Departamento de Nutrição para a Saúde e o Desenvolvimento da OMS, é acompanhado por outras duas revisões de estudos a respeito do efeito de reduções do consumo de sódio na pressão.
Que cortar o sal da dieta ajuda a controlar a pressão é mais do que sabido. O que ainda se discute são as metas ideais de consumo diário -e como implementá-las. Hoje, a OMS recomenda até 5 g de sal por dia --o equivalente a 2 g de sódio. De acordo com o trabalho liderado pelo pesquisador Feng He, da Universidade de Londres, diminuir o consumo de sal dos atuais 9 g a 12 g observados em média na população para 5 g já teria um grande impacto, mas um corte mais radical, para 3 g, seria ainda melhor para o controle da pressão arterial. "Essa é uma ótima meta, mas muito difícil de cumprir", afirma o nutrólogo e cardiologista Daniel Magnoni, diretor de nutrição do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. "Os alimentos industrializados não estão prontos para isso nem as pessoas."
O governo brasileiro estabeleceu metas de redução de sódio para os alimentos industrializados, mas o acordo foi visto como tímido por alguns especialistas.

FONTE: DÉBORA MISMETTI - EDITORA DE "CIÊNCIA+SAÚDE".Jornal Folha de São Paulo, 05 de Abril de 2013.

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