segunda-feira, 6 de junho de 2011

ALIMENTOS ORGÂNICOS: VALE A PENA PAGAR MAIS CARO?

Os alimentos orgânicos têm se tornado cada vez mais comuns hoje em dia. Esses alimentos se diferenciam dos convencionais devido à maneira como eles são produzidos: na agricultura orgânica não são usados pesticidas, sementes geneticamente modificadas ou fertilizantes sintéticos. Um tomate produzido de modo convencional, por exemplo, recebe 40 aplicações de agrotóxicos por ciclo.  Os sistemas de agricultura orgânica se baseiam na rotação dos cultivos, utilização de estercos animais, leguminosas, resíduos orgânicos, cultivo mecânico, minerais naturais, compostagem e controle biológico de pragas para manter a estrutura e produtividade do solo, transportar nutrientes para as plantas e controlar insetos e outras pragas. Assim, na agricultura orgânica o sistema de produção exclui o uso de fertilizantes sintéticos de alta solubilidade, agrotóxicos, reguladores de crescimento e aditivos para a alimentação animal, compostos sinteticamente, dessa forma objetiva-se manter a estrutura e produtividade do solo, trabalhando em harmonia com a natureza, preservando o meio ambiente.
Quanto ao preço, os alimentos orgânicos frescos são, em média, 30% mais caros, mas a diferença pode chegar a 100% no caso de algumas culturas, como o tomate e a batata. Um dos principais fatores seria a baixa escala de produção dos produtos orgânicos. Outro fator seriam as embalagens usadas nos supermercados para diferenciar os alimentos orgânicos, que chegam a encarecer os produtos em R$ 0,15 por unidade.
Para garantir que determinado alimento é mesmo orgânico, este deve trazer nas embalagens a palavra "orgânico" e o nome da empresa responsável pelo certificado. Um alimento industrializado é considerado orgânico quando mais de 70% de seus insumos são comprovadamente de origem orgânica. No Brasil existem 20 certificadoras principais, das quais a Ecocert/AAO e a IBD são as mais conhecidas. Mas nenhum órgão federal controla essas instituições. Quem regula as certificadoras é o Código de Defesa do Consumidor.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Newcastle, no Reino Unido, em 2007 com financiamento da União Européia, mostrou que frutas e vegetais orgânicos possuem, em relação ao seus similares não-orgânicos, até 40% mais antioxidantes  (substâncias relacionadas à diminuição dos riscos de câncer e de doenças cardiovasculares). O leite orgânico, por exemplo, pode conter até 80% mais antioxidantes do que o comum. Os orgânicos também teriam maior teor de sais minerais como ferro e zinco.  Os resultados sugerem ainda que eles contenham menos ácidos graxos trans (gordura mais prejudicial à saúde).
Os alimentos orgânicos podem ser encontrados nas grandes redes de supermercados, nas lojas de produtos naturais e nas feiras de diversas cidades brasileiras. Na cidade de São Paulo, a AAO inaugurou a primeira Feira do Produtor Orgânico em 1992, no mesmo local de sua sede, o Parque da Água Branca.
Embora alguns estudos tenham mostrado que os alimentos orgânicos são mais saudáveis que os convencionais, isso não significa que você não deve mais consumir aqueles que não sejam orgânicos. Mesmo porque o preço desses alimentos não é acessível a todos os consumidores. O importante é que antes de consumir qualquer alimento, seja orgânico ou não, você higienize-o adequadamente e preste atenção a qualquer alteração que possa impedir o seu consumo!

Fonte: Esclareça dúvidas sobre os alimentos orgânicos. Folha de São Paulo: 21 de Novembro de 2007.
Alimentos orgânicos são mais nutritivos, diz estudo. Folha de São Paulo, 1º de Novembro de 2007.
Alimentos Orgânicos. Disponível em: http://www.rgnutri.com.br/

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